domingo, 17 de outubro de 2010

LESTE DE ANGOLA - 14

Memórias de um passado saudoso

1972 – 08 de Dezembro, Sexta-feira, 16º. dia de viagem por terras do Sul de Angola

Localizo-me em Porto Alexandre (Tombwa), pequena cidade costeira situada nos confins de Angola e, em pleno deserto da Namíbia.
À minha espera, na praia, estava a minha correspondente Lídia  que me reconheceu facilmente pois, naquela paragem, todos se conheciam, e quem fosse estranho – era sempre o esperado!...
Passámos o dia maravilhosamente bem porquanto, o tempo seria curto.
Travou-se uma amizade extensa e aproveitámos tudo o que se nos deparava em ser agradável.
Relembro que foi  nesta cidade que encontrei uma das raparigas mais bonitas que até ao momento se cruzou comigo. A par desta situação, equiparei outra altura idêntica na povoação de S. Sebastião, na Ilha Terceira, Açores.
Onde estarão estas cachopas, após tantos anos de separação?!…
Três dias  me mantiveram por estas paragens. Gozou-se o que se tinha para gozar e, contrariamente à minha intenção de me deslocar até à Baía dos Tigres, rumei a Sá da Bandeira passando por Moçamedes, novamente.
Deixo um amor – parto para o reencontro de outros…
MUILAS NA ALDEIA
De regresso, apanho uma boleia dum casal algarvio que por aquelas terras habitavam. Pescadores na sua essência.
Em posição de pedir boleia, pela segunda vez em Moçâmedes, choco-me com um camionista que já me tinha transportado noutras paragens angolanas. Sigo até à povoação  de Caracul e finalizo a etapa na lindíssima cidade do Lubango,  a tal que sempre me encantou!
Separado do Zé há vários dias, revejo-o nesta cidade no ponto previamente combinado - a Pensão Dória. Aqui, retomámos os nossos namoros anteriores.
A cidade apresentava-se “charmosa” com a iluminação natalícia e, nesse dia, meti uma folga à minha Nelinha, redundando até à povoação de João de Almeida (Chibia), mais a Sul, no Cunene. Fui ao encontro de outra correspondente, a Linita. Mulata escorregadia que já se tinha mudado para Luanda na procura de emprego.
Estava escrito que Sá da Bandeira seria o meu “lar” verdadeiro. Os amores desta cidade aguardavam por mim e, o Zé, preparou o campo de acção. Nelinha e Mariazinha voltaram em força ao namoro, e mais arrebatadoras do que da última vez. Não admira… éramos os pretensos pilotos da FAP. A mentira dava mais enlace…
Tinha abandonado a minha outra correspondente, a dócil Ilisa. Era menos obediente…
Esta cidade deu-nos muitos namoros e presenteou-nos com grandiosas paisagens, (Fendas da Tundavala e do Bimbe, Serras da Chela e da Leba). Terra de bom clima e acolhedora. Há muitos anos fundada  por Madeirenses, razão do acolhimento sadio.
SÁ DA BANDEIRA – PRAÇA DOS FUNDADORES
MUILA COM A ZORRA

Com todos estes dias já passados, encontramo-nos a 16 de Dezembro, Sábado, e será o 24º. dia de férias e de viagem que tratarei de narrar na próxima memória.
Trinta e oito anos passados, é tempo. Tempo de boas recordações!...
Os momentos encantadores dessa época viril estão escritos e nunca esquecerão.
Contar outros pormenores de história – seria bom para  os que me lêem porém, só em segredo. São coisas de sanzala, magia Africana…




          MULHER MUXIMBA

Até Breve
O Amigo Vítor Oliveira – OCART